Dentre uma longa estrada há passos a seguir.
Numa trilha distante o desconhecido torna-se conhecido a cada instante, os passos aceleram a cada passo e tudo passa, e tudo vira cinza.
Quando a boca seca e a garganta arde podemos ver o quão intenso é sentir o viver, quando há um vazio no peito percebemos que não somos nada, apenas nos condicionamos a sermos alguém, a sermos leais.
Do meu peito tiro um enorme emaranhado de sensações estranhas, de rancor, magoa, amor.
Da minha boca são proferidas palavras que não penso, que desconheço do meu dicionario cotidiano.
Passa ano, vem ano, suma ano, sou sempre o mesmo, sempre incompreendido pelos demais, mas eu não faço a minima questão de ser, pra mim já basta compreende-los.
Pareço cada vez mais alienígena, dentro do meu corpo e da minha alma.
Por mais que eu ouça músicas como Tim Buckley, ou John Frusciante, não tenho uma origem espiritual triste, não passo de um palhaço, um palhaço bipolar.
Não tenho expectativas, tenho sede de vida, quero sentir vida em minhas veias, que por sinal se manhentem limpas a muito tempo.
Queria enxergar a frente e ver alguma mudança significativa. Queria deixar de ser um grande filha da puta sarcástico, Queria poder me dar oportunidades, e trocar minhas 5 horas diárias de guitarra por 5 horas diárias de vida. Queria viver em minha função e em fução dos que amo, que são tão poucos quanto o amor próprio que bate no meu peito, queria sentir que sou importante mesmo que seja pra mim mesmo.
Como é dura essas crises de bixisse, mas não me interesso mais pela maioria das conversas que me rodeiam, ideias tão egoístas. A cada vez mais me distancio do padrão de vida que vivo.
Só há poucas coisas que dou valor como meu namoro, meu irmão de 3 anos, minha Epiphone, meus discos e livros, as vezes nem dou o valor necessário a minha mãe nem ao meu pai e eu cheguei a conclusão nessa virada de ano, de que eu sou ruim pra caralho, “que loucura”.
Talvez toda essa bosta seja só saudade, cansaço, “vertigem ou cachaça”. Ou pode ser pra valer, ou pode ser só filha da putisse, mulecagem, viadagem, “ Ou sinda-não acostumei a abitar em mim”.
Que se foda.
Henrique Almeida
Ouvindo Stevie Ray Vaughan – Texas Flood's.
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- era saudade com cachaça.
ResponderExcluirEu sem você em mim, não sou.