sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Me deixa.

Me deixa voar em seus braços nesse céu tão lindo com pinceladas impressionistas.
Me deixa beber o mel da sua boca.
Me deixa ficar deitado em seu colo e esquecer o resto dos excessos desse mundo.
Me deixa te dar prazer, deixa eu gozar com você.
Me deixa suas marcas de unha.
Me deixa perplexo.
Me deixa ser parte de você.
Me deixa dentro de você.
Me deixa saudade.
Me deixa querer.
Me deixa em carne viva.
Me deixa vivo.
Me deixa acreditar que não vai ter amanhã.
Me deixa curtir.
Me deixa querendo mais.
Me deixa deitado, sentado, em pé.
Me deixa carinho.
Me deixa amor.
Me deixa malícia.
Me deixa te querer.

Só não me deixe, nunca.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minha Sampa.

Cansado de toda essa merda.
Cansado de ver o abandono, a fome, a violência. Ando pelas ruas de São Paulo e na minha mente não toca Sampa, toca capítulo 4 versículo 3.
Quando se está tranquilamente sentado em suas cadeiras planejadas dentro do seu apartamento na Al. Lorena é fácil falar sobre a violência. Quando se está dentro, o negócio é mais embaixo.
Acho que poucos conhecem a minha São Paulo lugar de rostos humildes de peles escura, de desesperança, de selva.
A minha São Paulo grita, grita por atitudes, grita por atenção, um grito já abafado pelo conformismo, não temos lideres legais, não temos leis concretas, aqui a lei é do mais forte, é a lei do silêncio, é a lei do 38 engatilhado na sua cabeça.
É lindo criticar o governo, quando vemos aquelas notícias no Cidade Alerta e aí falamos nossa quanto sensacionalismo. Sensacionalismo é ser assassinado por não ter o que ser assaltado, sensacionalismo é ver crianças usando e vendendo drogas, sensacionalismo é ter medo de sair na rua, um idiota mostrando um VT e falando meia dúzia de palavras chulas é hipocrisia.
E aí você me fala:
_ É um absurdo, violência, é problema do governo, “ esses político filha da puta”.
E depois de 2 horas vai comprar cocaína pra poder criticar com mais enfase ainda.
Mas como disse meu amigo Rafael Muzak
_ “Se cada um fizer a sua parte, o que você vai fazer?”
Não fale mal das favelas, não fale mal da política, fale mal de você primeiramente.
Eu só queria um dia poder ressaltar a beleza da minha São Paulo, mas hoje estou “Puto” demais para isso.



Henrique Almeida

terça-feira, 24 de novembro de 2009

não é vulgar, é democrático

Sexo é bom.
Sexo é carne comendo carne, sede matando sede.
O sexo está na televisão, nas canções, na internet, o sexo tá na boca da galera.
O sexo é “da hora”.Não tem hora, de manhã é energizante, a noite é relaxante.
O sexo está nas coberturas do Jardins, nas favelas de Guaianazes.
O sexo agrada o público roqueiro, pagodeiro, forrozeiro.
O sexo é cumplicidade.
O sexo bem feito te torna o cara, a mina, pode até te tornar popular.
O sexo como diria jorge mautner é a pipoca da pororoca da imaginação.
Tem gente que pratica a arte do sexo sozinho, tem gente que pratica a dois, tem gente que pratica em grupo.
O sexo é democrático.
O sexo é amor, é sacanagem é samba, é rock, é Samba roque.
O sexo fala todas as linguas, o sexo usa as linguas.
O sexo é orgão.
O sexo é tabu.
O sexo é instinto.
O sexo é perigoso, pode até matar.
O sexo é a segurança de continuação de espécie.
Sexo humano, sexo animal, sexo humano animal.
Sexo com amor é bem legal, ousaria dizer que é o melhor dentre todos os tipos de sexo e todas as posições do camasutra.
O sexo é antigo
O sexo é obra de Deus.
O sexo é fidelidade, lealdade e felicidade.
Pode ser frustrante.
O sexo é liberdade de expressão expressada por tesão.
O sexo nos faz esquecer dos problemas da vida real, a vida sem sexo.


Henrique Almeida

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Relembre os velhos tempos.

Sexta-feira a noite:

Vá para a Augusta, assista a um bom show independente, tome muita cerveja e reencontre os colegas.

Sábado a tarde:

Acorde, coloque Raw Power dos Stooges, ligue para seus melhores amigos e faça a melhor banda de rock do mundo.


Henrique Almeida

terça-feira, 17 de novembro de 2009

tesão/tensão.

Sua mão corria cada parte do corpo dela e o clima de tesão/tensão já tomava conta dos corpos.
No rádio B.B King, e quando os corpos já ferviam, classicos do parliament funckadelic.
Ela tão feminina, fêmea, arisca, ele tão firme, delicado, malicioso.
Ela parecia gostar, ele gostava em parecer, em ser, em estar.
Tudo se resumia a mãos, toques, cafunes, desejo, tesão/tensão, saudade, vontade.
Ele daria tudo para que o mundo parece naquele momento, as roupas no chão a cama desarrumada, desamarrada ,livre.
O corpo tenso a boca seca, olho no olho, dente por dente suor no suor.
O conceito de que, “fugir do prazer pra evitar a dor, é estupidez” é totalmente válido.
A pele esquenta como se a febre tomasse conta, o corpo pede corpo, a boca pede boca, o sexo pedi sexo.
Entregar-se é como morrer, é como orgasmo.


Henrique Almeida

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

_Mô.

A pobreza, pro roubo.
A fome pra gula.
A Lei de Murphy para os pessimistas.
"A estabilização do Iraque" para os estados unidos.
"A inflação" para Collor.
O Iron para os metaleiros.
O amor para os amantes.
O sexo para os ninfos.
O ódio para os rebeldes sem causa.


Você, minha justificativa para viver.

Henrique Almeida

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Homem

Quando eu tinha uns onze anos, minha mãe falou pra eu virar homem.
Eu virei homem, pago minhas contas, compro meus cigarros, assumo minhas responsabilidades.
Conheci os extremos, nasci na roda de samba, cresci na roda gigante e amadureci na roda do mundo.
Errei muito, acertei muito, já senti e dei prazer, perdi a inocência, perdi grande parte do direito de sonhar e agora mantenho os pés no chão mesmo quando estou voando sobre os escombros do que costumava ser.
Por incrível que pareça nada disso me parece mau, grande parte do que sou, me tornei sozinho, sem influência dos demais, sem influência do encantado.
Hoje me sinto preparado pra enfrentar os excessos desse mundo.
Hoje me sinto preparado pra ser homem.



Henrique Almeida