quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Ego" - ismo - ista - vivo

Ele tem um que a mais de satisfação no rosto.
Ele se sente o campeão dos campeões, do sarcasmo ao querer bem.
quando ele não fala ele quer que digam, quando ele diz não precisa que ninguem fale.
Ele se dá bem com adaptações a diferentes grupos sociais, sempre teve fama de boa "pegada" e de saber escutar as de mais pessoas, nunca concordou totalmente com ambas.
Ele encara a vida como uma batalha "onde viver é correr o risco de matar, morrer, vingar".
Ele não gosta de ladrão nem de polícia, ele prefere bebidas amargas as doces, ele prefere um tapa na cara verdadeiro do que uma "chupada" forçada.
Ele consegue chamar a atenção onde chega, não se considera bonito, mas também não é feio, é grande, tem todos os dentes e todos os dedos. Acha que dedos principalmente nos pés não servem pra nada.
Ele consegue divertir os amigos, e ter conversar intelectuais com os chatos.
Ele se cansou dele mesmo, mas até isso ele acha engraçado.
“Grandissíssimo” filho da puta.
Ele já apaixonou quem não merecia se apaixonar por ele tantas vezes que provavelmente vai tomar o troco.
Agora encontra-se na inércia do amor, andando pela margem dos sonhos, querendo estar e quase sempre estando.
Ele nunca pensou em fins, odeia fins, quer levar as coisas sempre adiante, quer ter sucesso.
Ele não tem direito de se sentir, de nenhuma forma, não pode se sentir triste, não pode se sentir o gostosão, não pode se sentir sozinho, não pode se sentir carente, quando isso acontece costuma irritar pessoas e comprar brigas que não dão em nada.
Ele só costuma ser bonzinho, amoroso, amigo, entregue, compreensivo, companheiro, enfim "o cara" com uma pessoa, que ele ama muito.
Costuma praticar o ironia e o cinismo com muita gente, mas sem maldade é apenas seu jeito de ser.
Ele costuma descarregar as energias ruins com a arte, compõe “saca”?
Ou uma música, ou um texto ou um layout.
E depois tudo volta ao normal, sua capacidade de regeneração emocional e espiritual é impressionante.
Ele quer ter o direito de extravasar suas emoções sem ninguém pra questiona-lo, julga-lo ou escuta-lo. Ele quer samba, rock, samba-rock. Ele quer se sentir e se conhecer, pois se acha bem interessante.


Ouvindo – Bebeto – Minha Preta.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Todo tédio.

Todo tédio é massante.
A falta do que fazer nos faz procurar o que fazer, mesmo quando já estamos cumprindo nosso papel de não fazer nada.
Aí nos ocupamos ouvindo um rock qualquer ou vendo um vídeo qualquer ou lendo um livro qualquer, ou fumando um cigarro qualquer. Que droga. Eu quero ouvir aquele rock, eu quero ver aquele vídeo, eu quero ler aquele livro, Eu quero fumar aquele cigarro,.
Não quero jogar minha vida ao vento por culpa do tédio, não quero “deixar a vida me levar”, esse é o hino dos fracos, dos sem ação, eu quero estar em minha mente como diretor não como protagonista/antagonista da sociedade, manipulado pelas tendencias, isso não é sindrome do underground ou anti-sistema, é apenas se sentir digno, se sentir o bastante.
Ociosidade, grande parte dos problemas da humanidade está nisso, “ociosidade”, pessoas se jogam de pontes, pessoas usam drogas, pessoas se entregam ao alcoolismo pela ociosidade, que bacana não?
Vende-se Ociosidade!

8 horas do seu dia, 44 horas de sua semana, 220 horas do seu mês , você é contratado e recebe de R$ 510,00 à R$5000,00. Bacana, sou mais uma prostituta da vida.

_ AH!,mas é melhor do que não Fazer nada.

_ não?


_ NÃO!

Ouvindo Tim Buckley – Song to the Siren

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

abitar em mim

Dentre uma longa estrada há passos a seguir.
Numa trilha distante o desconhecido torna-se conhecido a cada instante, os passos aceleram a cada passo e tudo passa, e tudo vira cinza.
Quando a boca seca e a garganta arde podemos ver o quão intenso é sentir o viver, quando há um vazio no peito percebemos que não somos nada, apenas nos condicionamos a sermos alguém, a sermos leais.
Do meu peito tiro um enorme emaranhado de sensações estranhas, de rancor, magoa, amor.
Da minha boca são proferidas palavras que não penso, que desconheço do meu dicionario cotidiano.
Passa ano, vem ano, suma ano, sou sempre o mesmo, sempre incompreendido pelos demais, mas eu não faço a minima questão de ser, pra mim já basta compreende-los.
Pareço cada vez mais alienígena, dentro do meu corpo e da minha alma.
Por mais que eu ouça músicas como Tim Buckley, ou John Frusciante, não tenho uma origem espiritual triste, não passo de um palhaço, um palhaço bipolar.
Não tenho expectativas, tenho sede de vida, quero sentir vida em minhas veias, que por sinal se manhentem limpas a muito tempo.
Queria enxergar a frente e ver alguma mudança significativa. Queria deixar de ser um grande filha da puta sarcástico, Queria poder me dar oportunidades, e trocar minhas 5 horas diárias de guitarra por 5 horas diárias de vida. Queria viver em minha função e em fução dos que amo, que são tão poucos quanto o amor próprio que bate no meu peito, queria sentir que sou importante mesmo que seja pra mim mesmo.
Como é dura essas crises de bixisse, mas não me interesso mais pela maioria das conversas que me rodeiam, ideias tão egoístas. A cada vez mais me distancio do padrão de vida que vivo.
Só há poucas coisas que dou valor como meu namoro, meu irmão de 3 anos, minha Epiphone, meus discos e livros, as vezes nem dou o valor necessário a minha mãe nem ao meu pai e eu cheguei a conclusão nessa virada de ano, de que eu sou ruim pra caralho, “que loucura”.
Talvez toda essa bosta seja só saudade, cansaço, “vertigem ou cachaça”. Ou pode ser pra valer, ou pode ser só filha da putisse, mulecagem, viadagem, “ Ou sinda-não acostumei a abitar em mim”.




Que se foda.


Henrique Almeida

Ouvindo Stevie Ray Vaughan – Texas Flood's.